CINEMA E ARQUITECTURA

REGÊNCIA

 

 

MANUEL GRAÇA DIAS

Conteúdos Programáticos

A Unidade Curricular (UC) semestral Arquitectura e Cinema tem como principal objectivo encontrar, no espaço de reflexão das aulas, algumas relações menos óbvias entre as duas disciplinas. Para esse fim, esta UC será estruturada em seis Módulos:

 

1_ Da Cidade para o Cinema (a cidade enquanto cenário apropriado à vontade narrativa)

2_ Da Cidade no Cinema (a possibilidade maravilhosa de figurar quer o passado quer o futuro)

3_ Das Cidades do Cinema (os Estúdios, os cenários e os décors)

4_ Da Arquitectura no Cinema (a arquitectura enquanto dispositivo de dramatização da acção)

5_ Da Arquitectura dos Cinemas (a arquitectura dos edifícios e das salas de cinema)

6_ Do Cinema de Arquitectura (como filmar e dar-a-ver a arquitectura)

 

Para cada um destes Módulos será reservada uma pequena sessão, inicial, de carácter teórico, ilustrada por materiais audio visuais (fotogramas, troços de filmes, citações), que funcionará como porta de entrada numa segunda parte, mais vocacionada para o debate à volta do tema central, durante a qual os candidatos serão convidados a comentar e a discutir todo o tipo de questões que o mesmo lhes tenha provocado, aumentando a extensão das dúvidas.

 

Bibliografia Principal

ALBRECHT, D. Designing dreams: Modern architecture in the movies. London: Thames and Hudson, 1987.

AL SAYYAD. N. Cinematic urbanism: A history of the modern from reel to real. London: Routledge, 2007.

BARBER, S. Projected cities: Cinema and urban space. London:  Reaktion Books, 2002.

BRUNO, G. Public intimacy: Architecture and the visual arts. Cambridge (Massachusetts): MIT, 2007.

CINEMATECA PORTUGUESA (ed.), Cinema e Arquitectura. Lisboa: Cinemateca Portuguesa/ Museu do Cinema, 1999.

CLARKE, D. The cinematic city. London: Routledge, 1997.

COVERT, N.  Architecture on screen. Boston: G.K. Hall, 1994.

DIMENDGBERG, E. Film noir and the spaces of modernity. Cambridge (Massachusetts): Harvard University Press, 2004.

FITZMAURICE, T. & SHIEL, M. Cinema and the city: Film and urban societies in a global context. Oxford: Blackwell Publishers, 2001.

MAKEIEFF, M. Jacques Tati: Deux temps, trois mouvements. Paris: Naïve; 2009.

NEUMANN, D. Film architecture: From Metropolis to Blade runner.  London; New York: Prestel, 1996.

NINEY, F. Visions urbaines: Villes d'Europe a l'ecran. Paris: Centre Georges Pompidou, 1994.

PALLASMAA, J. The architecture of image: existencial space in cinema. Hämeenlinna: Karisto Oy; 2007.

PENZ, F. & THOMAS, M. Cinema & architecture: Méliès, Mallet-Stevens, multimedia. London: British Film Institute, 1997.

PERRATON, C. Un nouvel art de voir la ville et de faire cinéma: Du cinéma et des restes urbains. Paris: L’Harmattan, 2003.

SCHAAL, H. Learning from Hollywood: Architecture and film. Fellbach: Edition Axel Menges, 1996.

SCHWARZER, M. Zoomscape: Architecture in motion and media. New York: Princeton Architectural Press, 2004.

SHONFIELD, K. Walls have feelings: Architecture, film and the city. London: Routledge, 2000.

URBANO, L. Histórias simples: Textos sobre arquitectura e cinema. Porto: AMDJAC/FAUP, 2013.

URBANO, L. (ed.) Revoluções: Arquitectura e cinema nos anos 60/70. Porto: AMDJAC/FAUP, 2013.

WEBBER, A. & WILSON, E. Cities in transition: The moving image and the modern metropolis. London: Wallflower Press, 2008.

Filmografia Principal

Os docentes responsáveis pela Disciplina propõe-se ainda, no âmbito desta, dinamizar um pequeno ciclo de cinema (seis sessões), aberto à cidade e fora do horário previsto para a realização do curso (Casa das Artes, à noite, uma vez por semana, por exemplo), através do qual possam ser visionados filmes de ficção ou documentários cujo âmbito se considere próximo de cada uma das seis temáticas que se pretendem explorar e debater.

 

Os objectos passíveis de figurar nesta galeria serão muitos, mas a sua exibição dependerá sempre da disponibilidade de acesso às distribuidoras (considera-se também a hipótese de, algumas vezes, recorrer a cópias vídeo). Segue-se uma lista desejável para correr em paralelo com esta primeira edição do curso.

 

TEMA 1_ Da Cidade para o Cinema

Sunrise: A song of two humans (Aurora). F. W. Murnau, 1927

 

TEMA 2_ Da Cidade no Cinema

Blade runner (Perigo iminente) Ridley Scott, 1982

 

TEMA 3_ Das Cidades do Cinema

One from the heart (Do fundo do coração). Francis Ford Coppola, 1982

 

TEMA 4_ Da Arquitectura no Cinema

Verdes anos. Paulo Rocha, 1963

 

TEMA 5_ Da Arquitectura dos Cinemas

Chacun son cinéma ou ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence (Cada um o seu cinema). Vários, 2007

 

TEMA 6_ Do Cinema de Arquitectura

Eames: The architect and the painter. Jason Cohn & Bill Jersey, 2011

 

Metodologias de Ensino (Avaliação Incluída)

Será proposto, no arranque das sessões, um trabalho colectivo (para tal, o conjunto dos alunos será dividido em seis grupos), que consistirá, essencialmente, na construção de um objecto fílmico, de curta duração, escrito, produzido, realizado e editado pelo grupo.

 

O resultado destes seis trabalhos girará, obrigatoriamente, à volta de cada um dos temas em discussão no Semestre. Espera-se, então, que o objecto produzido (e que deverá contar com os próprios candidatos como "actores", se necessário ao desenvolvimento de uma eventual "história"), explicite e aumente o âmbito de cada uma das temáticas debatidas, motivando e preparando, como que invisivelmente, pelo menos um dos grupos, para uma maior acutilância crítica no desenrolar da sessão que lhe respeite.

 

Dado o pequeno número de encontros semanais programados para esta UC, em cada Semestre, a classificação final, entre 0 e 20, será a que resultar da ponderação de três factores principais, a saber:

1_  a assiduidade;

2_  a capacidade de gerar discussão e de dinamizar, tanto o conjunto da turma como o grupo em que cada candidato se insira;

3_  a capacidade crítica manifesta no problematizar da temática distribuída, através do trabalho (filme) produzido pelo grupo.

 

Elementos a quem não seja reconhecida participação relevante, nem, igualmente, um nível satisfatório de contribuição para o resultado final, não poderão ser considerados aptos.

PROFESSORS

LUÍS URBANO